Realizando Fantasias
Quer ver uma banda que já fez cosplay de super-heróis e um Quadrinista se disfarçando de palestrante? Não perca essa chance e comece agora a planejar o seu futuro.

A semana começou com o anúncio da turnê sul-americana do My Chemical Romance, que termina com show aqui em São Paulo no dia 5 de Fevereiro de 2026. Como não temos viagens aos Estados Unidos planejadas para esse ano, parece que será só aí que vamos rever o Gerard. Até lá, todos os capítulos do novo arco do Umbrella Academy, entitulado Plan B, terão sido publicados. Quem sabe quais outras novidades teremos pra anunciar nessa época.
Da última vez que o MCR tocou no Brasil, o Bá foi ao show e fez uma história curta sobre sua experiência e colocou no nosso antigo blog. Na época, o Umbrella só tinha sido publicado em inglês, então a grande maioria do público fã da banda que estava descobrindo nosso trabalho vinha atrás do material gringo e o Bá resolveu escrever a história em inglês (também para poder mostrar pro Gerard e pro resto da banda). Hoje em dia, com nossas fontes de quadrinhos pessoais digitalizadas, acho que o Bá faria duas versões, mas em 2008 a ideia era produzir algo rápido, ágil, pra também incorporar essa energia do momento que um show de rock tem.
Segue abaixo a historinha.
Onde as cartas se encontram
Nessa onda de newsletters que vem balançando a internet “literária” esse ano, fui convidado para participar de um evento só de escritores de newsletters chamado O Texto e o Tempo, idealizado, segundo os criadores, como “um ponto de encontro para entusiastas de newsletters, seja como leitores ou como escritores.”
Essa já é a terceira edição e ela “centra-se na experiência de leitura e, no sábado, serão abordados diferentes temas desse universo: viagem, quadrinhos, literatura, jornalismo, ciência e espiritualidade. No domingo, haverá um workshop específico para quem gostaria de desenvolver ou aprimorar uma newsletter.”
O encontro ocorre todo online, via Zoom, e você pode se inscrever pelo Sympla clicando aqui. Nesse link, você também encontra a programação completa, cheia de conversas legais. Eu vou participar, às 10h do sábado, dia 5 de Julho, do bate-papo sobre Quadrinhos entitulado “Quadrinhos fora do papel: o que os traços contam sobre os nossos tempos?” com mediação de Aline Valek (Uma Palavra) e junto com a Helô D’Angelo (Helonews) e Karina Pamplona, a.k.a Karipola (Tava Refletindo).
Máscara do passado
Busquei outro texto do nosso antigo blog para terminar essa carta. O caderno mencionado, que conteria uma nova história a ser escrita, foi o caderno onde escrevemos a peça “os Três Mundos”.
Boa leitura.
Estou aqui pensando em máscaras , o que elas representam, o que encobrem e o que revelam. Costumávamos refletir sobre as máscaras que às vezes usamos quando estamos entre as outras pessoas, quando queremos tentar prever, ou controlar – ou até manipular – a impressão que as pessoas tem de nos conhecer pessoalmente. Nos dias de hoje, as máscaras do dia-a-dia se multiplicaram e nos deparamos também com as máscaras que usamos no âmbito virtual. A internet abriu uma segunda chance para as pessoas interagirem, se comunicarem, e ao invés de revelar o verdadeiro lado das pessoas, que costumava ficar escondido, o que a internet tem criado é apenas mais um lugar onde podemos usar mais máscaras para tentar pre-definir a impressão que as pessoas terão de nós. Se a máscara acabava nos distanciando uns dos outros, nos afastando da nossa essência, nada mais adequado do que a internet, onde a distância é o ponto de partida.
Minha arte é a minha máscara. Ela é a cara que eu mostro ao mundo, nela estão o que eu penso, o que eu sinto, ela é o registro das minhas ações.
Essa máscara é a capa de um novo caderno, que marca o início – início físico, ao menos, pois esse projeto já começou há alguns anos – de uma nova história. O caderno, para a escrita do estudo, das ideias e do texto final, veio com uma capa vagabunda. É um caderno vagabundo, o mais barato que tinha na papelaria. O importante era o número de páginas – muitas –, não a qualidade da embalagem. Ainda assim, colei uma folha em branco na capa para diferenciar esse caderno dos outros, e aproveitei restos de tintas que ainda repousavam no godê ao lado da minha mesa, de uma pintura que terminei essa semana, para dar ao caderno uma cara mais apropriada ao novo projeto.
Pensei nas máscaras, e pronto. Nos Quadrinhos, a capa é a máscara do objeto físico. Ela nos olha nos olhos, nos seduz e nos convida para dançar.
A capa abre essa janela para dois lados de dentro: o de dentro da história, e à algo onde essa história se reflete dentro das pessoas, dos leitores.
(texto resgatado do blog, datado de 20 de Janeiro de 2017)
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Cuidem uns dos outros, com gentileza e curiosidade.
Pa-ZOW!
Fábio Moon
Base Lunar, São Paulo
27 de Junho de 2025