Pelo menos uma vez por semana, um desenho é rabiscado no meu caderno de rascunho, por vezes com mais ou menos relação com a história que estou fazendo. Queria ter a mesma disciplina com as palavras, escrevendo um pouco das ideias e das histórias com a mesma constância. Conto com a minha memória pra lembrar de todas as ideias que ficam pastando pelos meus miolos.
O problema é que eu não tenho uma ótima memória.
Ultimamente, tenho tentado me lembrar de todas as ideias que já tive para a minha próxima história (a que eu pretendo fazer depois da que estou fazendo agora junto com o Bá), e nessa busca mental, encontro várias lacunas. Eu não tinha toda a história construída na cabeça, então eu fico vendo vários pontos onde eu ainda preciso pesquisar mais e definir pra onde a história vai, ou quais os motivos pra seguir nessa direção, mas nesse exercício de lembrança, fico me surpreendendo com ideias que eu tinha pra história e que esqueci com o passar dos anos. Hoje em dia, algumas dessas ideias voltam assim, sem avisar, e eu estou fazendo alguma coisa qualquer, jogando vôlei, nadando, lavando louça, quando de repente eu lembro de algum detalhe do que eu queria pra história e pros personagens.
Eu estava me preparando pra fazer essa história quando tive a ideia da história com o Bá, então há mais material (na cabeça, mas também em cadernos) de preparação do que somente alguns rabiscos e frases anotados. Ainda assim, tenho muito caminho pela frente.
A BUSCA PELO ARTISTA
Publiquei o texto e a história em Quadrinhos abaixo em 20 de Setembro de 2005. Era o sétimo exercício com hominhos de palitinho que eu estava publicando no nosso antigo blog. Acho que ela ainda funciona muito bem da mesma maneira que os exercícios anteriores, que compartilhei na última carta, mostrando como a história em Quadrinhos não precisa de um desenho super caprichado, detalhado e realista. A história em Quadrinhos precisa de um desenho que funcione junto com as palavras pra contar a história.
Um detalhe que eu achei curioso foi reparar na história como um reflexo de um tempo que já passou. Em 2005, ainda era comum ter telefone fixo em casa, e deixar recados na secretária eletrônica. Ainda era comum em 2008, quando começamos a escrever o Daytripper, tanto que o capítulo quatro começa com um telefone tocando até o recado ser gravado na secretária eletrônica.
Talvez eu escreva uma outra carta falando mais sobre o desenho nos Quadrinhos, e quais as vantagens e desvantagens de se prender a um desenho mais trabalhado, mais rebuscado, mas por agora vamos focar no básico e, quem sabe, buscar inspiração nessa história de vinte anos atrás.
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A busca pelo artista.
Só depende de você.
Você é, quer queira ou não, o responsável pelos seus sucessos, pelos seus fracassos, pela sua vida.
Se você não faz, as pessoas não farão por você.
Se você não é, as pessoas não serão por você.
Só depende de você.
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Cuidem uns dos outros, com gentileza e curiosidade.
Pa-ZOW!
Fábio Moon
Base Lunar, São Paulo
23 de Maio de 2025
Que fofinho esse HQ! 🫶🏼 Adorei! 🥰