A presença do artista

o traço particular na língua materna

“Quero mais mar

quero mergulhar

ir mais fundo

e me reencontrar"

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O Bá sempre tem razão em reclamar comigo da minha newsletter. O tempo que eu passo escrevendo esses textos, juntando esses links e tratando as imagens dos desenhos do caderno podia (devia) ser gasto produzindo a nossa nova história. É isso que ele diz e, como eu quero que essa história nova ande e acabe na mão dos leitores, a regularidade das newsletters diminuiu.

Ainda assim, não consigo parar. E mais, agora estou aqui escrevendo cartas em português, só (ou ao menos principalmente) para os meus leitores brasileiros.

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A cerimônia de premiação do prêmio Jabuti aconteceu essa semana. Em mais uma edição, me chama a atenção positivamente que o prêmio principal, de Livro do Ano, foi para um livro de poesia (Engenheiro Fantasma, do Fabrício Corsaletti). A maioria dos prêmios (de literatura, de Quadrinhos) não muda a vida dos premiados, não muda a rotina, não torna escrever e desenhar mais fácil. O que os prêmios realmente oferecem é serem janelas para um mundo maior, e é olhando através dessas janelas que muitos autores são descobertos, muitos mercados são desbravados e por onde o caminho da obra continua crescendo. O mundo precisa sempre de mais poesia, e espero que a atenção que os prêmios chamam para os livros, seus autores e suas obras reverta em inspirar mais gente a se interessar em ler e produzir poesia.

Marcelo D’Salete ganhou na categoria Quadrinhos com Mukanda Tiodora. Merecido e esperado. Algumas semanas atrás, conversando sobre os finalistas da categoria com um editor durante a FLIP em Paraty, ouvi que “tal Quadrinho é muito bom, mas o D’Salete também lançou livro novo esse ano, então sem chance”.

Confira aqui a lista completa dos premiados.

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Dois eventos de Quadrinhos aconteceram nesse começo de Dezembro: a CCXP e a premiação do HQ Mix. Eu e o Bá acabamos não indo em nenhum, preferindo passar esse tempo no estúdio produzindo a nova história. Não temos nenhum evento marcado, nenhuma viagem, nenhuma convenção. O foco na nova história agora é mais importante, e a regularidade da produção faz diferença. Gostamos muito da interação com o público, mas queremos poder falar sobre as novas histórias, então a produção precisa andar.

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Tentarei escrever pelo menos mais uma carta em português antes do final do ano. De preferência, com um novo desenho.

Cuidem uns dos outros, com gentileza e curiosidade.

Pa-ZOW!

Fábio Moon
Base Lunar, São Paulo
10 de Dezembro de 2023